Dear Wendy



Vi este filme pela primeira vez há 3 anos (2005, portanto), em Montpellier, numa das minhas 500.000 sessões de cinema durante esse ano. A impressão que me deixou na altura foi muito forte, principalmente pela ligação fantástica que tem à banda sonora, com música dos The Zombies - banda dos idos anos 60, da qual eu nunca havia ouvido falar.
Desta vez, a sessão ocorreu no cinema Nimas, ao qual fui pela primeira vez, com a prima Carol, na tarde de sábado. Este cinema está a fazer uma retrospectiva dos melhores filmes estreados nas nossas salas de cinema no último ano - consultem o programa que vale a pena.
Voltando ao filme - a história passa-se numa qualquer terriola de interior dos EUA, em que um grupo de jovens "falhados" descobre a libertação numa relação estranhíssima com armas... O argumento foi escrito por Lars Von Trier e a realização está a cargo de outro dinamarquês, Thomas Vinterberg. Tudo no estilo do manifesto Dogma95, como não poderia deixar de ser.
A banda-sonora encaixa na perfeição. Aliás, há partes que parecem ser construídas com base nas músicas (e respectivas letras), o que funciona de forma muito interessante.
O filme em si, é um desafio. Não é uma história propriamente fácil de se compreender, embora, desta vez, me tenha ocorrido que possa ter uma certa mensagem contra o uso indiscriminado de armas nos EUA... mas, já agora, se alguém tiver outras teorias, partilhe-as.

The Curious Incident of the Dog in the Night-Time - Mark Haddon


Primeiro que tudo, devo dizer que já andava para comprar este livro há uns bons anos. Mas, eventualmente, acabava por encontrar outro livro que me agradava mais e este lá voltava para a prateleira.
O livro, cujo título em português é "O estranho caso do cão morto" (diga-se que fica a perder na tradução), parte de uma premissa bastante interessante: o narrador, e personagem principal da história, é Christopher, um rapaz de 15 anos que sofre do síndrome de Asperger, uma espécie de autismo.
Uma noite, enquanto passeia pelas ruas do seu bairro à procura do sono perdido, vê Wellington, o cão de uma vizinha, com uma forquilha de jardim atravessada. Assassinado, obviamente. E é nesse momento que Christopher toma a firme decisão de descobrir quem é o autor de tamanho crime!
A procura da solução deste enigma vai transportar-nos numa aventura sem precedentes. Vamos ver o mundo pelos olhos desse menino, com todas as suas limitações. O que é um desafio extraordinário.
Gostei muito de ler este livro. Aliás, li-o em apenas 5 dias, de tão viciante que se torna esta história - queremos sempre saber mais sobre Chris, o que irá ele fazer a seguir, como se irá sair em determinadas situações...
Não sei como o autor, Mark Haddon, trabalhou para escrever o livro deste forma. Imagino que tenha sido um exercício difícil, mas o resultado, para um leigo como eu, é mesmo muito bom.

Padrinho... Mas pouco



De forma pouco usual, sexta-feira à tarde, houve cinema. A Rita T desafiou-me e lá fomos nós ver a comédia romântica do momento, com esse mesmo, Patrick Dempsey, o "McDreamy" da série Anatomia de Grey (o qual não acho, deve avisar desde já, nada de especial).
O filme, "Padrinho... Mas pouco", conta a história de Tom, trintão solteiro e "woman-eater", que tem em Anna a sua melhor amiga, confidente e companheira de todas as ocasiões - com excepção das alturas em que ele sai com as outras.
Anna tem que fazer uma viagem à Escócia, em trabalho, e fica fora durante 1 mês. Nesse período, Tom apercebe-se que Anna é o seu grande amor e decide mudar de vida. Quando Anna regressa, Tom está pronto a comunicar-lhe o que se passa. Mas eis que Anna trouxe algo na sua bagagem... Um noivo!!! E, contra todas as expectativas, Tom é convidado para ser "dama-de-honor" (ou padrinho, como diz o título) do casamento.
Aqui começa todo um conjunto de peripécias, em que Tom terá que mostrar a Anna que ele sim, é o homem certo para ela - há cenas mais engraçadas, outras menos, mas, no geral, vale a pena e o filme arranca-nos umas quantas gargalhadas (das sonoras!).
Bom para sair do cinema com ânimo, pronto para o fim-de-semana.

The Kite Runner - Khaled Hosseini



Já antes falei aqui do filme. O livro veio de Paris (como todos os outros que tenho andado a ler...) e é ainda mais tocante que o filme. Dá-nos toda uma perspectiva da história recente do Afeganistão, através dos olhos de Amir, primeiro menino em Cabul, depois adolescente/adulto nos EUA. No entanto, não é Amir o "Menino de Cabul" (tradução portuguesa para o título), mas sim Hassan, seu companheiro inseparável e inigualável corredor de papagaios-de-papel.
Este livro é muito, muito bom. Dá vontade de nunca o pôr de lado, de ler e ler e ler, sem parar. E isto mesmo depois de já conhecer o fim (porque tinha visto o filme)!!!
Aconselho a todos os que gostam de ser desafiados por uma história, que querem mais do que apenas passar tempo na companhia de um livro. Não se esquece esta história. Amir e Hassan ficarão para sempre connosco.
Leiam.

A notícia do dia

Uma boa notícia: Kings of Convenience vão tocar no Cool Jazz Fest, em Cascais, no dia 24 de Julho! Temos concerto. :)

Radio and Juliet - Maribor Ballet Ensemble



No fim de semana passado, um bocado em cima da hora, decidimos ir ver um espectáculo integrado no programa do Festival de Sintra deste ano. Lemos um pequeno comentário no Expresso e ficámos todos com a pulga atrás da orelha: um "bailado" baseado no "Romeu e Julieta", de Shakespeare, dançado ao som da música dos Radiohead - daí o nome do espectáculo ser "Radio and Juliet"... Só poderia ser interessante.
Lá fomos nós, sem jantar nem nada! Os bilhetes foram um bocado carotes (20€ por pessoa para a 2ª plateia), mas valeu cada cêntimo pago (no que é uma expressão roubada à língua inglesa).
Foi lindo. Sublime. A música, fantástica como já se sabe, aliada a uma coreografia simples, mas de uma sensibilidade muito grande. Os corpos, aperfeiçoados pelo dança, impressionam.
Confesso que houve lagrimita lá pelo meio. Há muito tempo que não ouvia Radiohead. Não o faço muitas vezes, porque os meus nervos não aguentam e, normalmente, as torneiras abrem-se como se não houvesse amanhã.
Mas é lindo. Foi lindo. E sempre será.

O Sexo e a Cidade



Quem me manda ir ao cinema ver estes filmes?...
Esta é a grande pergunta. Já sei à partida que o filme não vale o dinheiro do bilhete de entrada, mas ainda assim insisto e lá vou eu, feita parvinha, como se não houvesse mais nada para fazer numa sexta-feira à noite. Enfim.
Quem ler até vai achar que o filme é algo de abominável, e não quero ser tão exagerada. Para quem conhece e aprecia a série que deu origem ao filme, não está mal, apenas está na continuação do género. Mas aquilo que numa série, com episódios de 30 minutos, até era divertido, acaba por ser uma chatice ridícula num filme de 2 horas!
Primeiro, vem o "desfile" de roupa de alta costura, em que nem sequer faltam as referências aos estilistas e marcas - a mente dispersa-se por entre tanta informação visual... E não se pense, por isso, que o guarda-roupa seja particularmente bonito. Quer dizer, há gostos para tudo, é verdade.
Depois, o filme não traz propriamente nada de novo. É, na realidade, um grande episódio da série. A suposta procura do amor, esse entidade perdida, é, na minha opinião, uma grande treta. Aliás, todo este filme é uma grande treta, altamente ostensivo e sem outro propósito que não seja confundir o espectador com tanto glamour (ou suposto glamour). É verdade que me fez sorrir diversas vezes, mas mais por quase indignação do que propriamente pela história em si.
No more of these for me.

World Press Photo 2008

Esta é a fotografia vencedora da edição de 2008 do World Press Photo. A fotografia foi tirada no Afeganistão e mostra-nos um soldado norte-americano.



Na passada sexta-feira, fui com a prima Carol ver a exposição do World Press Photo. Sendo ambas apreciadoras de fotografia, é quase uma tradição anual ver esta exposição. Este ano, em Lisboa, a exposição esteve instalada no Museu da Electricidade, um sítio muito bonito localizado à beira Tejo.
A exposição em si desiludiu um pouco. Parece que faltava força às imagens. Aliás, mesmo a fotografia vencedora me parece fraca. Pessoalmente, não gostei muito.
Houve um ou outro apontamento interessante, como, por exemplo, as fotografias vencedoras da categoria de desporto. Houve um 2º lugar para um fotógrafo português, coisa algo rara nestas andanças. Aqui fica a fotografia em questão.


É qualquer coisa, não acham?
O primeiro prémio foi, acho eu, para um fotografia tirada durante um jogo da NBA, em que um jogador tem, literalmente, os dedos dentro das órbitas de um outro jogador da equipa oposta. Impressionante.
Houve ainda um conjunto de retratos de mulheres afegãs, julgo eu, feitos através de uma antiga caixa de fotografia, que resultou em algo muito interessante e bonito.
No geral, como já disse, a exposição ficou aquém das expectativas, mas é sempre um marco no género, para quem gosta de fotografia.

All My Friends Are Super Heroes



Outro dos livros que li ultimamente foi este "All My Friends Are Superheroes", em português, todos os meus amigos são super-heróis. Sugestivo?... Para mim foi, quando vi este livro algures no meio da confusão da Shakespeare and Company, "A" livraria inglesa de Paris. Embora os livros lá sejam um bocadinho mais caros, a variedade é grande, pelo que compensa procurar algo de diferente. E eu escolhi este livro.
Para dizer a verdade, o título é mais sugestivo do que a história em si. O livro é pequenino, lê-se num ápice, e parece que a história não está bem desenvolvida. Acho que teria dado para fazer muito mais, mas o autor (Andrew Kaufmann) escolheu simplificar.
A minha interpretação pessoal da história é esta: há sempre alturas na vida em que nos parece estarmos rodeados por pessoas com capacidades superiores às nossas. Parece que qualquer um tem algo em que é especial, que o torna único. E, por vezes, nós sentimo-nos como os únicos que não partilham desses "super-poderes". Mas enganamo-nos. Todos nós somos super-heróis em alguma coisa, por muito banal que seja. E é isso que nos distingue do resto das pessoas. Só temos que conseguir ver as coisas boas em nós.
Resumindo, é um livro divertido e com uma lição, o que, por si só, já é bem bom. Não?...

Indiana Jones!!!



Bem, tem demorado uma eternidade, fazer a crítica ao regresso do herói, esse mesmo, Indiana Jones! Acreditem ou não, já vi o filme há umas 3 semanas, mas não houve tempo (nem inspiração) para dedicar à escrita.
Aqui vamos, então.
Para começar, este foi o primeiro filme da saga Indiana que vi no cinema. O que é normal, porque o último filme saiu há uns 19 anos, altura em que eu tinha uns míseros... 6 anitos, e ainda nem sequer sonhava com "isso" do cinema. A primeira sessão só aconteceria muitos anos mais tarde, no extinto cinema Trindade, tinha eu uns 14 anos. Acho eu...
Voltando ao filme - há coisas boas e coisas más. As más talvez não superem as boas, aviso já. Mas se forem verdadeiros fãs do género, vão gostar sempre de rever Harrison Ford, que não desilude, apesar da sua idade já um pouquinho avançada. O que desilude mesmo é a falta de um vilão à altura (Cate Blanchett tem uma personagem completamente apagada e sem carisma), ou mesmo de um enredo que faça sentido! A premissa dos extraterrestres já era má, mas o desenvolvimento da história só vai piorando as coisas. Enfim... Esperava-se melhor, é verdade. Mas não deixa de ser um marco.

How To Disappear Completely

Parece que tenho alguma espécie de telepatia com os locutores da Radar. Depois de ter passado o fim de semana a pensar nesta música, não é que acordo com ela hoje de manhã... Não é das músicas ideais para se acordar, deu-me aquela sensação imediata que o dia não ia correr bem. Principalmente, quando tudo o que me apetecia era desaparecer...