O sedutor charme tímido



O dia 16 de Junho já lá vai um pouco distante, mas só agora me dei conta que ainda não tinha feito o meu "comentário" à passagem do sr. Ryan Adams pela Aula Magna, em Lisboa! Que falha terrível, até parece que não gostei do concerto...
Devo começar por dizer que fui ver este concerto à borla, uma vez que a minha querida Radar me ofereceu um bilhete. Não que eu não estivesse disposta a pagar os 33€, mas simplesmente a altura não era propícia para esses gastos. Quis o destino que ganhasse um bilhete, para assim estar presente no concerto daquele que é um dos grandes "cantautores" (detesto essa expressão) americanos. E que eu tanto gosto.
Depois disto, o que poderia correr mal?...
Ora bem, correr mal não é propriamente a forma de falar sobre este concerto. Mas que foi estranho, foi. Ryan Adams subiu ao palco já atrasado, depois das 22h. E logo na primeira canção, espeta-se ao comprido quando recorre à harmónica, estranhamente desafinada! Peripécias do género não faltariam durante a noite, com o músico a encará-las com bom humor (?) e fazendo algumas piadas. O que, à partida, poderia condenar o concerto ao fracasso, resultou assim em momentos intimistas, em que o músico mais parecia estar na sua sala de estar, a cantar para os amigos. Apesar de ter começado tarde, não foi, à conta disso, um concerto curto: acabou já passava da meia-noite e meia. O registo foi calmo, completamente acústico, com umas notas de rebeldia aqui e ali, ou não estivéssemos a falar de Ryan Adams. Claro que não cantou nada de "Rock 'n' Roll", o álbum que lhe conheço melhor... Mas não faltaram momentos doces - porque se há forma de definir a voz deste rapaz, é como doce. Uma doçura que arranha.

Muito bom.

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