Pensei que o meu pai era Deus - Paul Auster

A minha última leitura foi esta antologia de pequenas histórias compiladas por Paul Auster. É um autor do qual gosto bastante, mas aqui não tem qualquer papel criativo, a não ser, talvez, na génese da ideia - convidado para fazer um programa de rádio, Auster lança um desafio aos ouvintes: enviarem pequenas histórias, que possam ser contadas durante a emissão, e que relatem factos singulares e verdadeiros. A resposta foi de tal forma monumental que Auster recebeu mais de quatro mil relatos, a partir dos quais editou e seleccionou aqueles que aqui se podem ler.

O resultado é um conjunto de histórias a roçar o inacreditável, mas ao mesmo tempo um verdadeiro retrato da América do século XX. Encontramos um pouco de tudo, desde retratos familiares a experiências traumatizantes no seio da guerra, passando por coincidências fenomenais (relativos a este último caso, há diversas histórias).

É um livro de fácil leitura, tanto por ser composto por histórias realmente pequenas em termos de dimensão (nunca ultrapassam as 4, 5 páginas), como por ter uma linguagem simples e coloquial (o que é normal, visto que são histórias reais contadas por pessoas do dito "mundo real", e não nascidas da imaginação fantasiosa de um escritor).

Embora tenha gostado, ao mesmo tempo soube-me a pouco. Digámos que não fiquei tremendamente impressionada, embora haja relatos que activaram a minha faceta mais introspectiva. Mas, na generalidade, é uma leitura demasiado fácil, um pouco superficial, se assim se pode pôr a questão. Sem com isso perder o seu mérito, claro está.

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