The Red House - Mark Haddon

Nada como um livro interessante para nos pôr a ler como se não houvesse amanhã. Muitos de vocês conhecerão com certeza essa sensação. Cada vez que me acontece semelhante coisa, continuo a ficar extremamente feliz (porque uma boa leitura é algo que me faz feliz). E foi exactamente o que aconteceu com este livro de Mark Haddon, The Red House
Tenho que ser verdadeira e admitir que, no início, não foi exactamente assim. O livro, que descreve uma semana de férias no campo de um casal de irmãos e respectivas famílias, tem um início lento. Daqueles em que não se percebe muito bem para onde a história vai evoluir... Mas acaba por nos contar isso mesmo: como duas famílias que nada têm a ver uma com a outra se relacionam na partilha de um mesmo espaço e tempo durante uma semana de férias em comum. Consigo perceber que, para muitos de vós, esta talvez não seja uma premissa deveras interessante... Para mim, que aprecio uma boa história sobre pessoas/famílias disfuncionais, é escrito à medida. Porque aprendo sempre alguma coisa, quanto mais não seja a olhar mais atentamente para as pessoas à minha volta. E, com um bocadinho de sorte, talvez aprenda também a entendê-las melhor. Talvez venha daí o meu fascínio por este tipo de histórias. Ou talvez seja apenas o reflexo de todos termos, dentro de nós e à nossa volta, resquícios dessa disfuncionalidade... Não sei.

* Este livro foi um dos primeiros dois que comprei em Londres. Os primeiros de muitos, se tudo correr bem. :)

E agora: Londres

Primeiros dias em Londres

Depois de quase 5 meses em Berlim, depois de 2 semanas em Portugal, e depois de todo esse tempo em negação, lá chegou a altura de rumar a norte para aquele que será o meu poiso para os próximos tempos. Para Londres, portanto.

Opto por fazer um balanço do meu primeiro mês, uma vez que o tempo foi passando e seria, agora, difícil colocar tudo em posts distintos. Tenho que dizer que tive um primeiro mês abençoado. Fui muito bem recebida, por velhos e novos amigos, o que me facilitou muitíssimo a vida - desde a procura de poiso, indicações de transportes, passando por dicas para supermercado e afins! Depois, tivemos por Londres um Agosto bastante ameno, quase sem chuva. Para me fazer acreditar que afinal não será assim tão mal... mas esperemos pelo Inverno.

Londres é uma cidade grande e isso sente-se. Muita gente, muita confusão. Transportes apinhados, a concordar com a minha imagem mental. Mas é também uma cidade ampla, com muitos parques a perder de vista, convidativos ao passeio. É também uma cidade de cultura, com quinhentas-mil-coisas a acontecer todos os dias, entre concertos, exposições, teatro... Já explorei um bocadinho desta realidade cultural. Tive a oportunidade de ver uma exposição de fotografia de Sebastião Salgado no Museu de História Natural (lugar que faz parte do meu imaginário de adolescente, desde que visitei Londres em 1997). Fui também a um concerto de piano no Royal Albert Hall, o que faz com que, em menos de um mês, já tenha conhecido um dos espaços mais emblemáticos da capital inglesa. E a cereja no topo do bolo foi, com certeza, o fim-de-semana passado em York com bons amigos, que me mostrou que há muito país (e passeio) para calcorrear!

Um mês abençoado, volto a dizer. Que fez levantar um pouco da estranheza que Londres me inspira. Afinal, talvez irá correr tudo bem. Fingers crossed. E obrigada a todos. Do coração.