A love supreme

Terceiro e último concerto do festival Meltdown. Domingo solarengo e quente em Londres, o que significa ruas cheias de gente e roupas mais reduzidas. Principalmente à beira-rio.

Sendo uma apreciadora de John Coltrane e do seu saxofone, fiquei particularmente interessada neste concerto, no qual seria recriado na íntegra o seu álbum de 1965, A love supreme. Fiquei um pouco menos feliz quando percebi que antes disso haveria uma primeira parte com os mesmo músicos em interpretação de géneros jazzísticos variados... A parte principal do concerto começou já tarde, mas de forma realmente interessante - como se o jazz se fundisse com world music para dar lugar a peças musicais de extrema riqueza. E assim seguiram as diferentes partes do álbum, umas vezes mais "tradicional", outras com sonoridades mais experimentais. Agora o que me tirou um bocadinho do sério foi a parte final do concerto - que nesta altura já durava há mais de duas horas - e que teve a ver com a longa duração de um poema que é ciclicamente recitado. "Elation. Elegance. Exaltation. All from God. Thank you God. Amen." Tudo bem, porque este é definitivamente um álbum espiritual. Mas estar mais de cinco minutos a repetir a mesma coisa ou é hipnotizante ou é entediante. Comigo foi mais a segunda opção. E acabei por sair da sala irritada porque já era tarde e estava a ficar atrasada para ver o jogo de Portugal no Mundial... Eu sei que devia ser mais "sofisticada", mas a verdade é mesmo assim. Continuo a gostar muito de ti, John.

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