Viagem à Suiça do Médio Oriente (aka, Jordânia) - dia 7, ou as ruínas do norte

Mais um dia a começar cedo, para mais uma viagem a partir de Amman. Não sem antes tomar o pequeno-almoço no terraço do nosso hotel, com o sol a bater na cara e com a baixa de Amman como companhia.
O nosso motorista (o mesmo de ontem) vem buscar-nos às 9h30 para nos levar a Jerash e a Ajloun. No entanto, primeiro leva-nos a visitar a Mesquita do Rei Abdullah. Talvez seja apenas a segunda vez que visito uma mesquita, depois de o ter feito anteriormente em Istambul. É uma sensação estranha. Primeiro, não gosto particularmente de visitar locais de culto religioso enquanto turista. Acho que há algo de devassamento numa situação dessas. Ainda mais quando não é do "meu" culto que se trata (não que eu seja de modo algum religiosamente activa). Apesar disso, mesquitas vazias (como estão quando é permitida a entrada a turistas) têm algo de muito repousante. Espaços tendencialmente grandes e despidos de ornamentos, convidam facilmente à reflexão. Gosto dos jogos de luz e sombra, dos enormes candeeiros pendentes do tecto alto.

Seguimos então viagem para Jerash, antiga cidade romana, num estado de preservação muito razoável. Nela deambulamos durante algumas horas, por entre ruínas de templos, igrejas, teatros, zonas comerciais, ruas colunadas... Há para todos os gostos e a fotogenia do local é elevada. Interessante que não seja um sítio todo bem arranjadinho, organizado. Aqui podemos andar à vontade, trepar a qualquer vestígio, que não há ninguém para nos impedir. Não são muitos os sítios onde temos tamanha liberdade para explorar. Entretanto, a manhã já deu em tarde e a fome começa a apertar, pelo que pedimos ao nosso motorista para fazermos pausa para almoço antes de seguirmos para o castelo de Ajloun.
Almoçamos num sítio óptimo, com uma quantidade de comida que dava para um batalhão (tradicional comida do Médio Oriente, com mezzes frias e kebabs) - tudo a transbordar de sabor e acompanhado do fresquíssimo sumo de limão com menta (tenho que experimentar fazer por casa). Pena é que tenhamos pouco tempo para dedicar ao almoço, isso se quisermos apanhar o castelo aberto. A viagem até lá é alucinante, por entre colinas salpicadas de verde. A paisagem é muito diferente aqui, muito mais fértil. Perdem-se de vista terraços e terraços de oliveiras. Que me fazem agradecer o facto de estarmos em Novembro e o período de polinização ser na Primavera.
O castelo de Ajloun, erguido no cimo de uma destas colinas, é do tempo das Cruzadas e, aprendemos, manteve-se sempre invicto durante o período de invasões. Temos vistas de 360º que deixam antever o vale do rio Jordão e a Palestina a oeste. Mas a neblina é muita e a visibilidade não é a melhor. O sol começa a pôr-se e podemos ver que vai ser um dos bonitos, com cores fornecidas pelas nuvens que se acumulam no horizonte.
Regressamos a Amman com a noite a instalar-se e a lua cheia a subir no céu. Um cenário digno de se ver. Para encher almas.


Mesquita do Rei Adbullah, Amman

Templo de Zeus, Jerash

Jerash

Jerash

Vista do castelo de Ajloun

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